sábado, 14 de novembro de 2009

cinco sentidos

este silêncio é como o suspiro de um pensamento em branco quebrando com o peso imensurável de todos os vazios, quando abro a porta de casa.
um sentido disperso, tresmalhado, alheio aos tumultos e batimentos apressados do coração.





a mão no peito para sentir, a mão para medir, a mão confrontando e consolando o sorriso e a solidão.
a mão sem sentido para socorrer preces que surgem abafadas pelo silêncio.
percorrer a pulsação.
o ostinato dos pensamentos em ritmo de bossa nova.
a luz estanque.
pausa no encadear de ideias que persisto em querer deixar marcadas numa tua vida.
as mesmas palavras.
uma nova ordem nas palavras que quero dar.
a memória descarrega imagens em perspectivas privadas e abstractas.
o sol escorregou em câmara lenta na trajectória impotente do céu morno sem saber como regressar.
recolheu e ordenou os pedaços rasgados do passado.
e respirou com um só sopro.
entrou em casa e fechou a porta.

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